quarta-feira, 19 de outubro de 2016

Ciclo primeiro, Cine depois - Brumadinho/Machado 700km 30 dias

Eis que começo mais uma viagem.

Foram 2 anos de árduo trabalho em uma loja de bicicletas e muitas dúvidas quanto ao equipamento usado, mas vou pular essa parte.
Decidi começar a viagem de Brumadinho - MG, para conhecer o Museu de Inhotim e me despedir da minha companheira Flavinha. Foram 3 dias de caminhada no belíssimo museu, calçando havaianas.




Daí que só fui montar tudo na bicicleta no dia de ir para Belo Horizonte de ônibus, eis que a bicicleta parecia que ia partir ao meio! não dava pra controlar! eram cerca de 70kg distribuídos entre os bagageiros e logo no início vi que não ia dar. Então decidi não levar a tralha do cinema nessa primeira fase da viagem, deixei os cerca de 6kg de equipamentos em casa, e iria recorrer ao longo da viagem.


Bicicleta tentando se equilibrar no novo sistema de apoio, não deu muito certo. 


Então tratei logo de agilizar um reboque para bicicleta, dessa vez diferente do que havia usado na Bahia, usaria apenas 1 roda. Fui de ônibus à Belo Horizonte busca lo e voltei para Brumadinho no dia seguinte.

Instalei-o-o!




Ficou massa, mas realmente bem pesado, logo vi que o bagageiro traseiro estava ali só pra atrapalhar, além de fazer uma leve fricção no suporte da reboque cabia tudo perfeitamente nos alforges dianteiros e na carretinha, mas segui com eles, afinal de contas, custaram o olho da cara.

Saí de brumadinho com direção a Casa Branca - MG, seriam 30km. Logo na saída o GPS do celular me mostrou um caminho mais curto pra sair da cidade, onde obviamente era errado e tinha uma subida enorme que fiz em cerca de 30min empurrando a bike parando pra descansar a cada 100m. Constatei o erro. Perguntei pra um morador onde era a saída, ele respondeu :
-Ih, você veio pelo GPS do celular?
-Muita gente vem pra cá pensando que é a saía, tem que voltar tudo.

Meditei por uns minutos, e achei a saída.
Saí da cidade.
Em uma subida de terra, passei por isso:


Foi ótimo, estava fritando de calor, vi que o caminhão pipa apareceu: Ufa!
Mas ao me ver, ele desligou a água, e eu desesperadamente fiz sinal pra ele ligar a água novamente, e saquei a câmera filmadora, fiz isso em segundos.
ele entendeu e: chuááá!
Como é bom ter equipamentos impermeáveis!

Chegando na cidade de Casa Branca, onde sabia ser uma cidade meio alternativa, tive esperanças de conseguir um pouso gratuito, procurei... procurei.. e nada. achei hotéis que variavam de 100 a 200 reais a noite. Inconcebível pra mim. Consegui pouso em um posto de gasolina.
Tomei um banho em situação de rua:


Dormi cedo, acordei com uma pequena reunião entre amigos ali no posto e decidi participar. Ótima gente, rimos muito, bebi umas 2 cervejinhas, ganhei um kit de pastinhas especiais, em uma embalagem bonita, um monte de vidrinho, bem gourmet.
Gostei do presente, mas fiquei meio grilado com o peso, sabia que no dia seguinte teria muita subida.
Doei 2 desses vidrinhos antes de fazer a subida.


14km subindo, subindo e subindo.
Me lembrou a subida dos andes, foi duro mas logo venci. Nem olhava para cima pra não desanimar. Olhava pro chão e empurrava a bike, devo ter levado umas 3h pra fazer os tais 14km

chegando no alto da serra do rola moça, parei uns instantes no mirante do local:

Mirante no alto da Serra do Rola Moça


Logo cheguei na BR040, botei o capacete.
Achei muito curioso, vi muitos carros de última geração acelerando com tudo. Quando cheguei a um centro comercial ao lado de um condomínio: Alphavile.
Nossa! só gente rica! só carrão que havia visto apenas na TV, uma loja de bicicletas da Santa Cruz, alguns ciclistas com bikes caríssimas.
Fui gentilmente convidado pra tomar um açaí, ótimo. Tomei e segui estrada. Queria muito encontrar meu amigo Gustavo Goes que estava em Ouro Preto e tentei chegar até lá. Tentei, pois não deu. acho que foram uns 70km de pedal até a noite e a chuva chegarem juntos.
Pruuuummmm.
Assim que me molhei todo, vi que estava bem em frente a um hotel.
Tentei desconto mas não foi possível, foda-se, paguei 80 reais.
Precisava de um lugar seco.


Apenas 20km até outro preto, mas com algumas subidinhas suaves, as que quebram o cara pouco a pouco. No caminho encontrei uma espécie de museu com biblioteca e cinema de nome: Jeca Tatu. Bem arrumadinho, com um monte de coisas velhas, do jeito que eu gosto. Parei pra conhecer e trocar ideia, mas o dono estava para pouca conversa, uma pena, pois perdeu a oportunidade de me conhecer.
Chegando em Ouro Preto o pneu traseiro furou, tentei trocar e vi que não tinha as duas chaves de boca n. 10 que necessitava para tirar a carretinha reboque. tentei fazer um remendo sem tirar o pneu mas são segurou, terminei de chegar na cidade empurrando a bike. Parecia um ET, todos me olhando, eu de lycra empurrando aquele corpo singelo pelas ruas de pedra de Ouro Preto.

Cheguei na cidade, embasbacado. Não entendia, e não compreendo muito bem até agora o motivo daquele tanto de igrejas. Uma igreja pra ricos brancos, outra pra ricos pardos, outra pra ricos negros, outra pra escravos, a assim vai... Muitas!

Saída de Ouro Preto

Lá na cidade, deixei o reboque em uma república, mas me hospedei num hostel.
No hostel conheci muita gente legal, e fiz alguns dias de tour com novos amigos: Jana (se pronuncia Yana) da república tcheca, e Insu da Coréia. Treinei meu péssimo inglês. Acho que fiquei uns 3 dias em Ouro Preto, que não foi o bastante pra conhecer o que queria, aquelas cidades que você diz pra si mesmo: 
Depois tenho que voltar aqui. 

Enviei o bagageiro traseiro e os alforges grandes pra casa, 4,3kg que só estavam atrapalhando.

Acontece que a Jana, estava numa boa vibe de viagem também, estava seguindo apé e de carona por Minas, então decidimos viajar por alguns dias, mas como? Ela caminhando e eu de bike? Sim. Marcamos de nos encontrar em Lavras Novas, fui pedalando e ela caminhando/carona. Deu certo. 



Conhecemos uma cahoeira (3 pingos, 3 pinguinhos mesmo de água) e acampamos em uma barragem. Foi bom encontra la, pois assim ficava mais fácil acampar e gastamos pouco dinheiro, o que estava esbanjando até então. 





Acampamento em Itatiaia - MG
Marcas deixadas por mim após uma pequena queda na areia


Itatiaia - MG


Lavras Novas - MG


De lavras Novas, segui para Itatiaia mais uns 30km, onde nos hospedamos em umas barraquinhas de quermece no meio da praça, e de lá para uma cidade meio abandonada, chamada Miguel Burnier, era um caminho de terra de cerca de 30km, quase sem casas nem fazendas. Jana ia fazer apé e saiu mais cedo, eu fiquei arrumando a barraca e lavando a bike. Horas depois, parti. 


Muito sobe e desce, e ninguém na estrada. Apesar de ter um ótimo GPS da garmin, estou me orientando pelo googlemaps. daí que muitas estradas ali, nem no Gmaps estavam. Ok, se desse errado o caminho, sairia em Ouro Branco e pegava a BR pra Miguel Burnier.
Com alguns quilômetros encontrei uma vila, perguntei pelo caminho. Me disseram que a Jana já havia passado e foi por um caminho onde eu não conseguiria passar de bicicleta, era uma outra estrada mais complicada e com muita subida. Sei que com a conversa e sem insistir muito, convenci o senhor (bem alcoolizado) e duas crianças a me mostrarem o caminho. ;)
Fui empurrando a bike ao lado deles, conversando.
Realmente vários obstáculos onde os 3 me ajudaram a passar, a empurrar a bike também. Lá pras tantas, resolvi subir em cima da bike e dar umas pedaladas.
-Profstsss!!
A roda traseira simplesmente saiu da bike! fudendo a porra toda! vi que a blocagem que vem na carreta reboque, estava empenada. A pressão caiu, sentei no chão por uns instantes. Mas tentei resolver, desempenei a parada na base da pedra. Ao fazer o teste pedalando, saiu novamente e empenou mais ainda. Mais pressão baixa e uma sensação de estar perdido, mesmo com aquelas 3 almas me ajudando. pois estava há uns 15km da cidade, e realmente ali não passava ninguém.
Quando pensa que não, ouço um barulho de moto subindo a trilha com velocidade, e pensei que logo ela estaria ali nos atropelando. Dei um pulo! corri pro meio da trilha pra sinalizar e não acontecer um acidente. Ok, funcionou.





O cara da moto ouviu dizer que as 3 almas boas estavam ali ajudando um doido que estava viajando de bike, e foi ver o que era. 
Aí logo pensei: -Cara, leva essa carretinha e minhas bagagens na sua moto, que eu coloco a blocagem original da bike e assim consigo chegar pedalando na cidade. 
Sim!

Quando estava desmontando as coisas pra colocar na moto, tinha um saco com lixo que havia recolhido em Lavras Novas, no local onde havia dormindo. 
Daí o senhor vira e fala: - Isso é lixo? 
Eu: - Sim. 
Então ele logo pegou e ia jogar aquele saco no meio do mato, num abismo. 
Eu: - Nããão! Cara, cê é doido? Joga isso aí e quem vai limpar, vai ficar aí a vida toda! 
Ele ainda tentou justificar: - Mas com o tempo ele vai desmanchando. 

Argumentei que não fazia isso de jeito nenhum! e que ainda quando possível, sempre junto o lixo ao meu redor e procuro um destino numa cidade, mesmo que aquilo não vai ser reciclado, mas ao menos não fica ali, deixando o ambiente feio. Não sei se consegui conscientizar ele, mas tentei.

Salvoooou!


Daí beleeeeza! sem peso, acompanhado da moto segui firme e forte bem fácil, até chegarem uns cachorros latindo atrás de mim, normal. dá pra perceber quando eles realmente vão te morder, esses estavam só latindo. Mas me distraí e caí da bike, sem graves consequências, só pro cara da moto dar umas risadas mesmo. 
Mas deu tudo quase certo até então, dormimos em uma sala da prefeitura em Miguel Burnier e no dia seguinte segui sem a carretinha reboque para Congonhas, e a Jana pegou uma carona levando a tal.

Apenas uns 20km de pedal, bem leve meio aos grandes caminhões, cheguei em congonhas. Era sábado, meio dia mais ou menos, as lojas estavam prestes a fechar. Fui direto procurar uma loja de bicicletas pra resolver o problema do reboque. Cheguei em uma loja, o dono olhou pra mim e disse: - sua encomenda está aqui (o reboque) do que você precisa?
Bom demais! precisei trocar o cubo da bicicleta, por um mais simples com eixo parafusado, 100 reais, e ele fez o serviço em cerca de uma hora.
A baixo a blocagem que empenou, realmente quando montei na bike percebi que era frágil e poderia dar problema. A cima o cubo top de linha que tive que descartar e colocar um mais simples e mais forte.

Na cidade fomos gentilmente recebidos na casa do Marcos, um carioca que vive há mais de 10 anos na cidade, acontece que era sábado, um dia antes das eleições, e seu irmão Fritz, estava concorrendo a vereador da cidade. Conhecemos a família toda, nos receberam muito bem, e o Fritz pareceu ser uma ótima pessoa, e gastou R$700,00 reais na campanha toda. Achei belo. 



O Marcos nos levou para conhecer a cidade, fiquei emocionado ao ver o calvário esculpido por alejadinho em tamanho real, me encheu os olhos de água. 

No dia seguinte fomos para Caetano Lopes, apenas 13km distante de Congonhas, saí meio dia da cidade e Jana foi apé. 

Adoro vilas pequenas, mesmo que você tenha dinheiro no bolso, não tem como gastar. Não tem restaurante, não tem hotel. No caminho vi muito santinho de candidatos jogados pelo chão, no meio do nada. Logo fiz a suposição: Os candidatos pagaram para as pessoas panfletarem, e eles acharam mais fácil sair dos limites da cidade e jogar tudo no chão mesmo, triste. 

Assim que cheguei na vila, dia das eleições, varado de fome, encontrei um rapaz, seus 20 e poucos anos. Falei oi e pedi um prato de comida. Foi bem receptivo e me convidou pra comer na casa dele, frango com quiabo e arroz. A mãe gostou bastante da visita, me convidou pra uma cachaça, aceitei.

A noite foi caindo, Fomos acampar no ginásio poliesportivo da cidade.

No dia seguinte o destino era Entre Rios, 30 e poucos quilômetros. Sabia que havia um caminho mais curto e tentei ir por ele, errei a entrada fiz um descidããão e cheguei numa fábrica, onde não havia saída. sentei, meditei um pouco, e voltei os quilômetros que havia pedalado sem necessidade.

Da cidade de Entre Rios, já segui viagem sozinho, saí cerca de 13:30 da cidade com destino a São João Del Rei, foram 70km e acabei chegando a noite na cidade, peguei uma chuvinha no final mas sem problemas. Segui pela BR, e tomei algumas finas de ônibus, os caras tinham a pista toda do outro lado para fazer uma ultrapassagem segura, mas não o fizeram. a bike chacoalhou toda nas duas vezes, terrível. Bom mesmo é seguir pelo interior, mas sem suspensão fica foda. 
Em São João D. R. fiquei hospedado na casa de uma amiga da capoeira, Júlia. 
Fiquei 2 noites na cidade, no dia seguinte apelei na comida, almocei no restaurante popular, apenas R$2,50 o prato. Depois comi bolo, salgado e suco numa padaria, depois comi pastel, depois tomei cachaça e café. Uma bomba né? explodiu no meu estômago. passei malzão, mas no dia seguinte estava bem pra pedalar de novo. Mesmo sem suspensão, iria pelo interior.

Tentei em vão começar o pedal cedo, mais uma vez. na saída da cidade, encontrei um repórter local que fez em 15 minutos uma ótima matéria com o celular mesmo, e no dia seguinte estava publicada, agilizado o cara: 



O destino do dia era Caquende, uns 40km.  peguei um pequeno trecho de asfalto, logo chegou a terra. beleza, só ir devagar que não bate tando a bicicleta. chegando na cidade, não havia nada para comer, e eu estava sem álcool para cozinhar, havia tentado comprar na cidade de  São João del Rei, mas não me venderam pois pedi pra colocar na garrafinha. insisti bastante, mas não rolou. Mas em Capela do Saco havia restaurante, então peguei a balsa/trator e atravessei a represa.


A represa foi feita na década de 50, no governo JK, onde inundou a antiga via de Capela do Saco, está tudo lá no fundo, casas igrejas. Mais tarde descobri que meus antepassados Moraes, viveram ali, naquela cidade submersa hoje. legal né?

Almocei e pensei em esticar o pedal para Carrancas no mesmo dia, eram apenas 32km, mas me convenceram a ficar na cidade, pois tinha muita subida no caminho. Aluguei um apartamento inteiro pra mim, por 35 reais.

Daí que tomei um café da manhã fraco com direito a leite estragado e subi o morro, 32km, mas já estava forte, quase não tive que empurrar, achava que até tinha forças pra fazer a subida toda em cima da bike, mas iria me esforçar muito, em alguns momentos empurrei.
Em Carrancas fiquei num camping do Jeca, descontinho pro ciclista aqui. Vi muitos ciclistas na cidade, então conversando, descobri que tinha uma trilha que eles iriam fazer no dia seguinte, pagava 15 reais e eram uns 35km, nível difícil. Topei.

Acordei cedo e fiquei esperando a carona que me levaria até o ponto de partida, a cachoeira da Zilda, o tempo passou e a carona não veio, decidi ir pedalando mesmo, uns 12km. fui uns dos últimos a chegar no lugar e sair para o pedal, a bike leve, estava confiante que seria um pedal fácil, mas não foi. a bike não estava tão leve assim, e a falta da suspensão mais uma vez me incomodava muito. Nas subidas não tinha pra ninguém, subia bem, forte. mas na descida, que eram muitas, me quebrava! Conheci muita gente legal, muitos curiosos já vinham conversar sobre minha bicicleta,  se estava viajando. foi legal. algumas subidas enormes, tive que empurrar como todos, daí que por uma distração, bati duas vezes a peça que encaixa o carrinho na minha batata da perna, enquanto empurrava a bike. Foi uma logo depois da outra. Aí a perna ficou meia boca, doendo. Mas fechei o pedal e voltei pedalando pra cidade ainda. Ah, não! consegui uma carno num trecho... Mas depois segui pedalando. sei que deu 50km e uma altimetria acumulada de 1.600m. se você não é ciclista e não sabe do que estou falando, significa que foi um pedal muito difícil, com muitas subidas. A maior até então.




Pensei em ficar o dia seguinte descansado em Carrancas, mas tive um pequeno desentendimento com o funcionário do camping por causa de uma panela, e decidi ir embora. 

Tinha planos de ir pra São Tomé das Letras, mas desisti, por conta de não querer mais pegar estrada de terra, fui pelo asfalto pra Lavras, 70km. acordei cedo e saí tarde da cidade, pra variar. 11:30 estava deixando Carrancas. Foi mais um pedal com mais de 1.000m de altimetria mas divididos nos 70km, foi até tranquilo. mas estava fadigado. Lavras pra mim é cidade grande, peguei um hotel bem baratinho e foi ótimo descansar numa cama, aquele colchão de EVA estava me matando, tanto que fiz uma compra de um colchão melhor, inflável pelo mercado livre, estou esperando chegar, enviei pra casa da minha tia em Machado.

No dia seguinte foi Lavras até Cachoeira do Carmo, onde curiosamente não tem cachoeira. mais 70km pra conta. No caminho, almocei bem, bem até demais, que tive que dormir no chão, ali na frente do restaurante, foi ótimo. 

Como havia comido bem no almoço, decidi não jantar. tinha uns pães com tomate e manteiga (que nesse momento estava líquida e derramou dentro do alforge) então comi vários sandubas com iogurte. 

A cidade seguinte já era Varginha, onde tenho parentes e fui muito bem recebido na casa da minha prima Ana. Mais 70km de pedal, mais 1.000 de altimetria. 
Liguei o googlemaps e ele me deu vários caminhos, uns de terra e o principal de asfalto. decidi ir pelo asfalto, quando deu 5km de pedal, olhei o celular e vi que estava na direção errada, ufa, ainda bem que foram só 5km, fiz meia volta e segui, confiante. depois de quase 1h, cheguei a um posto de gasolina, e reconheci, tinha parado ali ontem! nossa! sim! agora eu estava errado meeeesmo! voltando! fiz meia volta e segui novamente, triste. sei que era 11:30 da manhã, marcavam cerca de 24km de pedal, e estava de volta à cidade de Cachoeira do Carmo, agora sim segui pra Varginha, legal né?!

Quando cheguei na cidade de Varginha, resolvi comer uns sanduíches que havia preparado na noite anterior, vi que eles não estavam muito bonitos, mas mandei ver. sim, foi um erro. a noite, eles resolveram sair, tudo bem, saíram e eu voltei a ser um cara saudável.


Como muitas vezes nessa viagem, a despedida foi emotiva. Apenas uma noite na casa da pessoa, e quando chega a hora da partida, os olhos enchem de lágrimas. Mas o destino era Machado, mais 70km. 

Passei na porta da cidade de Paraguaçu, tenho muitos parentes por lá também, mas resolvi deixar para depois, pelo seguinte:
Resolvi dar um pulo em Brasília. 
Chegou a hora de levar o cinema, como são bastantes detalhes, cabos, telas caixas de som, suspensão e outros itens que vou precisar nessa nova fase da viagem, resolvi voltar por uma semana. Outro fator me ajudou a tomar essa decisão:
A carona. 
Uns amigos estavam voltando de SP de carro, então formou. Deixei minha bicicleta em Machado, e estou escrevendo neste blog aqui do DF.

Já consegui uma passagem de volta, e logo mais estarei pedalando rumo à Serra da Canastra.

Por enquanto é isso, abraços!