domingo, 28 de junho de 2009

100 dias de viagem.




Ola pessoas!
Hoje eh um dia especial, completamos 100 dias de viagem.
100 dias dormindo em lugares diferentes, conhecendo culturas e pessoas diferentes.
Para celebrar este dia, o Brasil vai meter de 4X0 nos Estados Unidos.
hehe!










Ontem comemoramos aqui em Ayaviri, distante uns 200km de Cuzco.
Tomamos vinho do bom e a cidade esta em festa.
Nao eh por causa dos nossos 100 dias de viagem, na verdade eu nao sei porque.
Mas a cidade esta em festa.
Bandas tocando na rua, muita cultura peruana e muitos bebados, inclusive nos.








Mas ta... Estavamos em Puno no ultimo post.
Em Puno, nao deu pra fazer o passeio de barco pelo lago titicaca.
A grana estava curta e decidimos nao gastar 60soles neste passeio.
A Paloma nao passou bem da barriga mais uma vez, ficou de cama.
Ai eu fui dar uma volta na rua, tentar sacar dinheiro... que nao tava dando.
Quando eu vejo duas bikes de viajantes, e logo reconheci!
Eram 2 cicloturistas que conhecemos em Sucre.






De Sucre, cada um foi para um lado, nos descemos para Uyuni e eles foram para Santa Cruz.
E agora estavamos na mesma cidade denovo.
Ate combinamos de pegar a estrada juntos, mas nao foi possivel.




Tinha ouvido falar que a parte do Peru do lago titicaca era mais limpa que a parte da Bolivia.

O que vi foi ao contrario... O laguinho sujo aqui na parte do Peru.





Saimos de Puno sabendo que haveriam contratempos na estrada.
Alguns trechos estavam fechados pela populacao.
Eles bloquearam a estrada para protestar contra as mas condicoes da mesma.

Mas ate agora so vimos algumas pedras de bloqueios ja desfeitos.





Cidade de Puno ao fundo. E 1355km para Lima.





Entao pedalamos 45km para Juliaca, cidade grande de certa forma.

Muitos taxis e muitas bikes de taxi, como todo o Peru ate agora.

Uma coisa que notei que eh muito diferente da Boilivia.

Eu ja achava que o transito na Bolivia era muito barulhento, buzinas para todos os lados.

Mas aqui no Peru isso piorou. Chega a ser estressante o tanto que eles apertam a buzina...

Sem motivo algum, todos usam a buzina para tudo!




Onde mais se pode encontrar um peru no meio da rua¿ No Peru.







Saimos de Juliaca e pedalamos 63km para Pucara.

Cidade pequena, meu pneu furou bem proximo da cidade e ja estava anoitecendo.

Entao apenas dei um grau na calibragem para chegar na cidade sem ter que arrumar o penu no escuro.



O mais novo acessorio da bicicleta, um pezinho para encostar a bike feito de cabo de vassoura.





Logo chegamos na cidade e tive que empurrar a bike para achar alojamiento.

O cara logo meteu a faca, cobrou 20 soles por um quartinho fedido, sem banho quente(ou seja, sem banho) e com um banheiro muito sujo.
Mas com o pneu furado, a bike ficava muito pesada para empurrar, entao ficamos la mesmo.



Dando uma limpada nas bicicletas.





Ao sair da cidade fomos almocar alguma coisa.

A mulher que nos serviu nos perguntou para onde estavamos indo.

Dissemos que iamos pra Cuzco.

Ai ela disse:

-Ah! De moto assim voces chegam em 6 horas!

Ai dissemos que nao era moto, era bicicleta.

-Ah! entao em 4 horas voces estao em Cuzco!

Que logica louca! eheheh!

Dissemos que chegariamos em 4 ou 5 dias!

hehe!




Um pedal leve, apenas 31 ate Ayaviri.






Chegamos, logo arrumamos um hotelzino limpo e aqui completamos 100 dias de viagem com muita festa na cidade!







Faz cara de mau com o papel higienico na mao!


Entao para comemorar mais uma vez, esta aqui uma tabelinha com os 100 dias de viagem:

Pessoal, tentei de tudo pra colocar a tabelinha certinha copiada do exel mas nao deu.

Entao vai assim mesmo.

Primeiro vem o dia de viagem, depois a data, depois o lugar de chegada, o estado e a quilometragem.

Exemplo:

28 17-abr Posto Pantanal-MT 40

Significa que foi o dia 28 de viagem, dia 17 de abril e chegamos no Posto Pantanal em Mato Grosso, e foram 40km pedalados.

1 21-mar Cocalzinho-GO 118
2 22-mar Pirenopolis-GO 27
3 23-mar .
4 24-mar Jaragua-GO 78
5 25-mar Itaguaru-GO 37
6 26-mar Goias Velho-GO 93
7 27-mar .
8 28-mar .
9 29-mar Jussara-GO 90
10 30-mar Ap. Do Rio Claro-GO 56
11 31-mar Ponte Alta-GO 52
12 01-abr Barra do Garcas-MT 62
13 02-abr .
14 03-abr Rest. Galinha Preta-MT 33
15 04-abr Rest. Xerim-MT 55
16 05-abr Vila Paredao-MT 72
17 06-abr Primavera do Leste-MT Caminhao(124km)
18 07-abr .
19 08-abr Tio Maninho 70
20 09-abr Campo Verde-MT 40
21 10-abr Chap. Dos Guimaraes-MT 73
22 11-abr .
23 12-abr .
24 13-abr .
25 14-abr .
26 15-abr Cuiaba-MT 67
27 16-abr .
28 17-abr Posto Pantanal-MT 40
29 18-abr Posto 120-MT 80
30 19-abr Posto do Fabio-MT 55
31 20-abr Rio Jauru-MT 87
32 21-abr San Matias-SC-BOL 50
33 22-abr Santa Cruz-SC Onibus (700km)
34 23-abr ,
35 24-abr ,
36 25-abr ,
37 26-abr ,
38 27-abr ,
39 28-abr ,
40 29-abr El Torno-SC 40
41 30-abr Bermejo-SC 50
42 01-may Samaipata-SC 50
43 02-may .
44 03-may .
45 04-may .
46 05-may .
47 06-may Mayrana-SC 25
48 07-may Quime-SC 50
49 08-may Aiquile-CB 70
50 09-may Pueblo X-CQ 40
51 10-may Sucre-CQ 30
52 11-may .
53 12-may .
54 13-may .
55 14-may .
56 15-may Yotala-CQ 15
57 16-may Milhares-PT 40
58 17-may Pueblo X-PT 20
59 18-may Betanzos-PT 30
60 19-may Beira da estrada-PT 34
61 20-may Potosi-PT 16
62 21-may .
63 22-may .
64 23-may .
65 24-may Puebo Tica Tica-PT(solo) 98
66 25-may Uyuni-PT(solo) 103
67 26-may .
68 27-may Colchani-PT 20
69 28-may Salar-PT 40
70 29-may Isla Inkawasi, Salar-PT 34
71 30-may Isla Pescado, Inkawasi 50
72 31-may Tahua-PT 42
73 01-jun Salinas Graci-PT 36
74 02-jun .
75 03-jun .
76 04-jun Oruro-OR (Onibus) 220km
77 05-jun .
78 06-jun .
79 07-jun Caracollo-OR 37
80 08-jun Konani-LP 40
81 09-jun Tolar-LP 78
82 10-jun La Paz-LP 65
83 11-jun .
84 12-jun .
85 13-jun .
86 14-jun .
87 15-jun .
88 16-jun .
89 17-jun Copacabana (Onibus) 200km
90 18-jun .
91 19-jun .
92 20-jun .
93 21-jun .
94 22-jun Ilave-PERU 72
95 23-jun Puno 65
96 24-jun .
97 25-jun Juliaca 45
98 26-jun Pucara 63
99 27-jun Ayaviri 31
100 28-jun .
Total: 2764km


Veja no GoogleMaps a rota feita no Brasil:


Visualizar De Brasilia para Caceres em um mapa maior


segunda-feira, 22 de junho de 2009

Turistas ilegais.

Ficamos uma semana parados em La Paz.
Por motivos de saude.
Algo nos caiu mal, oque nao eh muito dificil pela Bolivia.
Nos dois tivemos problemas estomacais, mas eu melhorei em uns 2 dias. A Paloma demorou um bocado e teve outras complicacoes... Umas tonturas... Ficou uns 3 dias sem levantar da cama.
Ai, nos decidimos nos separar novamente. Eu iria pedalando pra Copacabana e ela iria de Onibus.
Iria... Pois no dia de sair, nao senti confianca em deixala sozinha com aquela tralha toda para levar. Entao decidi ir de onibus junto com ela.
Um trecho de 140km, que provavelmente faria em 2 dias de bike. Fizemos um 3h de Onibus.
Mas como me deu vontade de descer do onibus pegar a bike e sair pedalando.
Na beira do lago Titicaca... Uma paisagem Linda!

Mas ta bem... era preciso.

Indo cruzar o lago para chegar em copacabana, 1,50bs por pessoa.


Chegamos em Copacabana. Uma concentracao de 5 gringos por metro quadrado.
Citade tipicamente turistica, onde tem gringos consumindo e pessoas para atender aos gringos.
Achei parecido com Canoa Quebrada no Ceara ou Pipa no Rio Grande do Norte.

Ja dentro do Onibus comecou o assedio...
Pessoas querendo te levar para hoteis, uma briga mesmo.
Dai, escolhemos um perto de onde estavamos. 50bs por dia para o casal.
Tv a cabo e banho privado.




No dia seguinte, passeio de barco pelo lago, ate a Isla del Sol.
Os barcos saem as 8:30 da manha. Acordamos 8:15 e fomos correndo.
Sem cafe da manha.
Certo, deu tempo e fomos no barco...
Quando percebi, a pessoa do meu lado falava portugues com as outras atras.
Ja puxei papo mas ele foi muito antipatico, a conversa se resumiu em umas 2 frases.
Era um cara de Belo Horizonte, viajando com um casal...
enfim... nao deu papo.

Mudamos de lugar pra tirar umas fotos e ficar mais a vontade.



Chegamos a parte norte da Isla del Sol. Onde ha mais atrativos.
Comemos um sanduiche pra forrar o estomago.
Caminhada de 40min a 10bs para o templo sagrado.
Fomos.
O guia explicou que havia uma civilizacao na Isla. Coisa de 1.500 AC.
Chamavase Tlahuanaco. Havia uma cidade onde hoje eh agua. O lago sempre existiu mas era mais baixo o nivel da agua. Quando houve um descongelamento das geleiras das montanhas, subiu o nivel da agua e submergiu a cidade. Ai eles subiram mais para a Isla del Sol.
Dai que dentre as muitas coisas explicadas, uma me chamou a antecao.


Esta mesa.


Onde uma vez por ano faziam sacrificios ao Deus do Sol.
Os t sacrificavam apenas lhamas brancas.
Mas esta mesa tambem era usada pelos Incas, que nao habitavam a isla, apenas em volta do lago.
Os incas sacrificavam mulheres jovens e virgens.
Ambos sacavam o coracao com a pessoa ou animal ainda vivo.

Interessante, nao?



Eu nao me reconheco nesta foto... Este cabelo liso, esta bolsa...


Fomos de barco denovo ao lado sul da ilha, onde tinha menos atrativos e nao queriamos fazer passeio algum... Mas logo na descida estavam os guias cobrando o ingresso, 10bs.
Varias pessoas no barco tambem nao queriam fazer o passeio, mas eles insistiam em cobrar o ingresso.
-Mas nos so queremos sentar na grama ali... Nao queremos passear.

Eles disseram que nos ficariamos no barco entao, 1h esperando...
Depois de algum tempo, amoleceram...
Sentamos na grama e descansamos sem pagar nada.




Na volta, passamos pelas Islas Flotantes.
Ilhas que ficam no lago feita de um material que nao sei qual eh... Mas eh isso, as ilhas flutuam pelo lago, e ficam onde der na telha.


Tinha lido que pessoas moravam nestas ilhas, mas a que vimos era so pra ingles ver mesmo.


Quando de repente um casal que estava sentado perto de nos vira e fala:

-Voces estao viajando de bicicleta?
-Sim?! Como voces sabem?
-O sapado dela...

hehe! estavamos super apressados para sair, e a Paloma calcou a sapatilha mesmo...
Dai que eles tambem estavam viajando de bicicleta, ha 2 anos!
Um casal de franceses, super gente fina!
O blog deles http://www.asieendanseuse.com/


Casal cicloturista frances

Voltamos a cidade de Copacabana as 5:30 da tarde. E fomos correndo buscar umas encomendas que tinhamos mandado para a cidade. Buscamos para mandar tudo para Cuzco, so que desta vez, mandamos muita coisa mesmo... Ja nao aguentava mais a bicicleta pesando taaanto!
Enviamos barraca, sacos de dormir, Cds, Livros, e mais coisas que nao estavamos usando... Deu uma troxa enorme!
E enorme tambem foi o preco para mandar pra Cuzco. 140bs!
Mas assim esta muito mais facil de pedalar.

Ah! em La Paz, vi o quanto a bicicleta estava pesada.
Como tinha dito, era so descida pra chegar ao centro de La Paz.
Dai, que descendo... Peguei uma rua errada, perguntei e nao era ali, era um pouco mais a cima.
Entao desci da bike para empurrar na subida ate a rua certa, que era pertinho... Alguns metros.
E simplismente NAO DEU. A bicicleta nao se movia naquela subida.
Foi preciso a Paloma encostar a bike dela e vir me ajudar a subir uns poucos metros.
Isso me mostrou que eu precisava diminuir o peso da bike.



Em Copacabana demos uma volta no lago de pedalinho... Coisa que eu nao fazia ha muitos anos, desde que tiraram os pedalinhos do parque da cidade.



Encontramos outro casal de cicloturistas em copacabana, eles estavam chegando do Peru. Os parei e disse que tambem estava viajando de bike com minha namorada, um casal de suicos, muito simpaticos... Mas esqueci o blog deles anotado la no quarto, depois coloco aqui.
Com este, acho que foram 4 ou 5 casais de cicloturistas que encontramos na Bolivia.

Uma trucha.


Entao, ficamos 3 dias em Copacabana e saimos para cruzar a fronteira com o Peru.

Pertinho, 8km para a fronteira.
Chegamos na imigracao, apresentamos as identidades e um papel que a policia federal do Brasil nos deu.
O guarda (com aquelas mascaras contra a gripe) nos pediu outro papel.
Mas que outro papel?
O papel que engressaram na Bolivia.
Nao tinhamos!
Ai ele chamou outro cara, que nos chamou na salinha...
A velha e temida salinha...

Ele nos disse que estavamos ilegais na Bolivia.

Eu tentei argumentar, disse que na fronteira para entrar nao nos pediram nada.
Que procuramos a Policia em San Matias e ela nos disse que nao precisava de mais nada, so a identidade.

Resultado:
-voces tem que pagar uma multa de 40 dolares cada um!

E ele ja confiscou nossas identidades.
E pra pagar a multa, era so em La Paz.

Mas se como ele era bonzinho, podiamos pagar ali mesmo, para ele.
Dissemos que nao tinhamos essa grana, e nao tinhamos mesmo!

80 dolares, da 600bolivianos. Tudo que tinhamos era 500bolivianos, e a conta estava praticamente zerada. Pois era dia 21, dia de entrar a grana dos patrocinadores... que nem sempre entra nesta data.
Mas a solucao era ir sacar do limite da conta.

Ele liberou a identidade da Paloma para ela ir sacar mais dinheiro em Copacabana.
La foi ela de Taxi. 30bs ida e volta.
Mas era feriado na Bolivia, e o banco estava fechado.
Ela voltou e nos fomos falar com o cana denovo.
Como ele era muito bonzinho mesmo... abaixou a multa para 400bs, sem recibo nem nada!
A grana foi direto pro bolso dele!
Nos deu a bagaca do papel que precisavamos para sair da bolivia e fomos liberados para cruzar a fronteira.


Chegamos no Peru, fomos direto para a imigracao, onde nao precisamos de apresentar o papel que pagamos uma fortuna por ele... Deveriamos era ter passado direto, pela terra, e entrar no Peru tranquilo, com mais 400bs no bolso.

Mas ta, desta vez esta tudo certinho e temos o papel do Peru.
Aqui no Peru, tivemos que diminuir 1h do relogio.
Entao, estamos 2h mais cedo do que em brasilia.

E conversando com uns camaradas aqui do Peru, eles disseram que eh comum a policia dizer que nao precisa de carimbar o passaporte ou nao entregar este papel tao necessario... Eles fazem isso pra conseguir propina na saida, mesmo que a grana nao entre pra eles que fiscalizam a entrada.
Caimos feito um patinho, mas marinheiro de primeira viagem ao exterior eh assim mesmo...

Entramos no Peru com 70 soles no bolso. Sabendo que caixa eletronico haveria so em Puno, ha 140km da fronteira.

Mas apesar da moeda aqui ser mais valorizada (1 sol vale 88 centavos de real) as coisas sao baratas. Um prato de comida popular custa 5 soles. Mais caro que na Bolivia mas nem tanto.


Ja estavamos preocupados com a grana, agora com esta banda que tomamos... Estamos preocupadissimos.

Entao, se voce estava pensando em ajudar monetariamente com esta aventura, esta eh a hora.
Qualquer quantia vai ser muito bem vinda, a conta esta ai do lado. Se quizer fazer uma tranferencia sem sair de casa, precisara do CPF da Paloma.
So me mandar um email que eu envio o CPF. fabio106sul@mail.com


Mas ta... Saimos da fronteira eram umas 10h da manha.
Fizemos em 2 dias para Puno, primeiro 70km ate a cidade de Ilave, onde arrumamos um alojamiento por 10soles por nos 2 e mais 70km ate puno. Acabamos de chegar.

Peruanos curiosos e simpaticos.




Achei o povo aqui do Peru muito mais educado do que na Bolivia. Quando voce chega em uma loja pra comprar eles te atentem muito bem, coisa que era dificil da Bolivia. Mesmo querendo comprar algum produto eu deixava de comprar quando via que a chola era sem educacao... Eles nao sabem o quanto perdem agindo assim.


Mas a comida aqui eh quase igual, pegam tudo com a mao.






Alguem tem um hidratante ai?

Agora eh a vez da bicicleta, mas ainda chegara a vez da moto.

Conheci uma cantora mexicana muito legal!
Vi este videoclipe dela na TV aqui e me amarrei.



Tchau.

quinta-feira, 11 de junho de 2009

Saimos de Oruro. Cidade repleta de perros (cachorros) como todas as outras aqui da bolivia. A noite eles tomam conta da rua, andam em bandos de 8 a 10 revirando lixo. Lixos estes que sao muito faceis de se encontrar pelas ruas.
Pra vairar saimos tarde de Oruro. Meio dia.
Mas pedalamos apenas 37km para Caracollo. Onde havia alojamiento com tele. Aquelas Tvs que se tem que girar o botao para trocar de canal. Jantar em Caracollo. A Chola dando comida para o bebe. Ela pegava um pedacao de frando e dava na mao da menina, que por sua vez, metia tudo na boca.


Mas nao havia necessidade de trocar de canal, pois so pegava um. Deixamos as bikes do lado de fora do quarto, pois elas nao passavam na porta. Ate ai, tudo bem. O chato foi na hora de sair, qua havia uma moto trancando a passagem do corredor. Falei com a senhora do alojamiento se poderia tirar a moto ela disse que o dono nao estava, que teria que tirar eu mesmo. Tentei, mas na moto havia alarme que tocou quando tentei tirala.
Tive vontade de passar a bicicleta a forca, pouco importando se ia danificar a moto ou nao.
Mas tive paciencia e ajuda de outra senhora. Levantei a parte de tras da bike no muque!
Passou.

Pretendiamos pedalar ate Ayo Ayo, uns 30km e onde havia alojamiento.
Chegamos em Ayo Ayo e nao havia alojamiento. Mas tinha em outra cidade perto de la, apenas 10km. Certo, chegamos em Konani.

A correira do alojamiento:
Chegamos em Konani e a Paloma foi conversar com a senhora do alojamiento. Disse que tinhamos bicicleta e tudo e se poderiamos guardar no quarto ou em outro lugar.
A mulher respondeu que havia outro alojamiento ao lado. Ou seja, nao queria saber de ciclistas ali.
Fomos em busca de outro.
Cerrado (fechado).
Tem outro do outro lado da rua!
Cerrado.
Tem outro mais a diante!
Cerrado.

Tivemos que insistir para ela nos hospedar. Com algum custo ela aceitou e tinha sim lugar para guardar as bikes, mas nao tinha uma coisa... Banheiro.
Como alguem monta um alojamieto e nao faz um banheiro!
Ah! mas tem o banheiro publico do outro lado da rua...
Ta entao.
Mas tinha uma coisa no quarto... Pinico.
Beleza, usei para urinar tranquilo... O foda foi o cheiro que ficou depois.
Mas logo depois veio a vontade de fazer o numero 2.
Foi no pinico mesmo! Mas ai ficou impossivel ficar no mesmo estabelecimento que o pinico.
Tive a brilhante ideia de ir em outro quarto trocar os pinicos, pois tinha visto que nao havia mais ninguem naquele andar do alojamiento.
Cheguei e abri uma porta e tinha gente!!!
Nooossa! pedi mil desculpas e sai...
Peguei o pinico e fui pra rua jogar na lata de lixo.
Muitos cachorros me olhando atravessado, mas deu certo.
Desovei aquilo na lata de lixo e tava zerado denovo.

Quando chegamos na cidade de Konani, arrumamos o alojamiento guardamos as bikes e fomos pra rua arrumar oque comer. Entramos numa lojinha e queriamos comprar bolachas yogurte e outros... E a loja estava vazia, mas andamos por entre as prateleiras escolhendo o que queriamos quando chega uma Chola(mulher com roupas tradicionais) gritando conosco. Pagando sapo mesmo, falando que nos nao podiamos ter entrado na loja que o dinheiro dela estava ali.
Ai dissemos que iamos comprar ali, mas agora nao mais.
Tchau.
Primeiro furo na Bolivia. Esses Mr. Tuffy funcionam mesmo, quando bem colocados.


Na cidade de Sica Sica, pensando: quem pintou este mural?
Matou a aula de desenho.


Almoco em Sica Sica.


Saimos de Konani sem saber onde iamos parar, mas queriamos pedalar bastante naquele dia, e assim fizemos.
Pedalamos 78km assim completando 2.500km pedalados desde a saida de brasilia.
Foi um dia bem puxado mas haviam muitas cidades no caminho e sempre paravamos para almocar. Neste dia, almocamos 3 vezes! Ate chegar em Tolar, onde haviam hoteis.
Beleza! Hotel.
Mas estava lotado, nao haviam quartos em nenhum dos dois hoteis da cidade.
Insistimos e o dono foi ver o que fazia e saiu....
Sera que ele vai fazer um quarto neste meio tempo?
Ele voltou e disse que havia um quarto que era dos irmaos dele, mas eles estavam viajando.
Beleza, ficaremos la. Do lado da cozinha e da sala de jantar.
Tomamos um banho, coisa que nao faziamos ha 2 dias e fomos descansar.
Ele nos cobrou 50bs, mas disse que poderiamos usar apenas uma cama das 4 qua havia no quarto.
A cama de solteiro.
Beleza! Era o unico jeito mesmo...
Comemos la mesmo e fomos dormir bem cedo, pois no outro dia pretendiamos pedalar mais 70km ate La Paz.
Ja estavamos dormindo na mesma cama quando o dono entra falando que ia trancar a porta do restaurante e assim nao podeiramos mais usar o banheiro. Meio grog de sono disse que tava tudo bem.

Mas no meio da noite, veio uma vontade louca de urinar.
Levantei e nao vi nada parecido com um pinico.
Vi sim! Uma garrafa de cerveja!
Foi ali mesmo... me aliviei, guardei a garrafa junto com as outras e voltei a dormir.
Nesta hora a Paloma ja nao aguentava mais eu me sacudindo na cama e foi para outra cama.
A que nao podiamos dormir... Ah! Ele que venha brigar conosco entao.
Mas foi tranquilo, arrumamos a cama e nem deu pra perceber que a Paloma dormiu ali.

No dia seguinte decidomos tomar cafe da manha no hotel mesmo.
Desayuno Americano, 20bs por pessoa.
Prejuizo!
Pao com ovo e leite com nescau. Tudo que fazemos quase todas as manhas e nao nos custa nem 5bs.

Mas ta... Pegamos estrad a, 70km ate La Paz.
Quando estavamos completando 10km, vejo que em outro cicloturista se aproximando na direcao contraria.
Ja da pra ver de longe, os alforges dianteiros e tudo...
Paramos para conversar. Ele se chama Moon (lua em ingles). Um Koreano que esta viajando ha 2 anos! Saiu de
Nova Iorque e ainda tem mais 4 anos de viagem pela frente. Disse que ia ate a Argentina, Uruguay e Sao Paulo. Depois ia pra Africa. Ele nao falava muito espanhol, nos comunicamos mais em Ingles. Tiramos umas fotos, e cada um foi para o seu lado.
Quando chegamos aos 40km pedalados, ja comecou a cidade. Era El Alto. Um transito caoootico! muitos caminhoes e vans de transporte, disputando cada metro das ruas. Muitas buzinas e muita gente. E onde tem muita gente tem ladrao... he!
Tentaram pegar o gorro da Paloma. Ela teve reflexo rapido e segurou e xingou bem o menino que tenou fazer isto. Nao paramos, melhor nem olha r pra tras...
Seguimos tentando achar a direcao de La Paz.
Tivemos que descer da bicicleta pra poder costurar o transito.
Com muito custo, pegamos a descida que leva a cidade.
Descemos... Descemos... uns 15km.
-Onde fica o centro?
-Siga o asfalto e a descida.
E Descemos... Ate achar um alojamiento.
Pegamos um baratissimo. 30bs para nos dois.
Mas era fedido e a cama ruim.
Hoje trocamos por outro muito mais confortavel e com banho incluso.
por 10 reais a mais.


Ah! Ontem teve jogo do Brasil, ne?
La fomos nos tentar ver o jogo e tomar um vinho.
Mas descobrimos que na mesma hora do jogo Brasil X Paraguay, tinha outro jogo. Bolivia X Chile.
Dai que nao deu, tentamos... tentamos... Falamos com uma senhora, nao havia ninguem no restaurante dela. Ela nao deixou. Disse que em primeiro lugar era a Bolivia.
Errada estava ela!
O primeiro lugar eh do Brasil!


Acho que eu levo mais carga que ele.

Vista de El Alto.


Mais uma musica tipica daqui... Na verdade acho que eles sao da Argentina, mas faz o maior sucesso entre a garotada:



sexta-feira, 5 de junho de 2009

A Isla Inkawasi nao eh a Isla do Pescado.

Ola pessoas. Mais uma vez um tempao sem postar neh... Mas nao foi possivel antes.
Bem... Estava em Potosi, a cidade mais alta do mundo, e bla bla bla... Mas nos nao sentimos nenhum efeito da altitude. Pois nao chegamos bruscamente, foi metro a metro!
Sai de Uyuni sozinho, pois a Paloma nao queria enfrentar a carretera de terra e estava resfriada.
Bom que fui bem leve, as coisas pesadas estavam todas com ela. A primeira Lhama que vi na minha vida

E assim podia andar mais rapido e mais longe. E assim foi feito. No primeiro dia pedalei 98 quilometros, ate um povoadozinho perto da cidade de Tica Tica.Primeiro pico nevado que vi na minha vida

Um povoado meio abandonado, onde nao tinha alojamiento. Fui conversando, e arrumei uma das varias casas abandonadas que tinha na cidade. O gentil senhor que me cedeu a casa nao quis receber nada por isso, mas eu insisti e lhe dei 10 bolivianos. A casa era muito antiga, e nao tinha energia eletrica. Era domingo e nao havia nenhum comedor (restaurante) aberto. Tive que me virar com uma sopinha com macarrao que tinha levado, e uns paes. A noite caiu, sai para dar uma volta na cidade. Havia um pouco de gelo nas ruas, e encontrei o senhor denovo. ele me disse que mais tarde, havia um lugar onde vendiam papas (batatas) fritas.
Fui ate la.
A porta estava fechada e tocava uma musica dessas tradicionais daqui.
Abri a porta na cara dura, pois quem tem fome tem cara dura. hehe!
Musica alta! Cholas e velhos dancando, e um cheiro muito esquizito.
Tentei falar com um dos velhos, perguntando se havia comida. E fazendo gestos, pra ele entender, pois nao se escutava muita coisa.
Ele apontou para a mesa, onde so havia folhas de coca e bebidas.
E a musica rolando... As cholhas dancando... E nos nao nos entendiamos.
Ai eu desisti, e fui em direcao a saida.
Quando me virei, vi que havia um menino de uns 12 anos atras do balcao com cara de tedio, controlando o som.
Viva! Uma pessoa sobrea.
Tentei falar com ele, sem muito sucesso, por causa do som alto.
Ele abaixou o som, e eu disse pra ele que nao precisava, e fui embora.
Voltei pra casa.
A casa fazia uns ruidos, coisa de casarao velho... Sei la se alguma alma penada morava por la... hehe! confesso que nao acredito muito nessas coisas, mas confesso que tive medo.
Coloquei sigur ros nos ouvidos e fui dormir. Eram umas 8:30, 9:00 da noite.
Logo a bateria do mp3 acabou e tive que me acostumar com os rangidos.
Acordei por volta de 4 horas da manha e nao cosnegui dormir mais... Parecia que a casa ia levantar e sair andando.
Mas eu que fiz isso, fiz o resto de sopa que me sobrava e peguei estrada junto com o sol.
Fazia muuuuito frio, ja nao usava roupas de ciclista.
Usava 3 casacos, 2 calcas, 2 luvas, 2 meias com saco plastico em volta do pe.
E assim, segui mais 103 quilometros ate a cidade de Uyuni.A bike leve e um trem de 1800 e num sei quanto.

A chegada em Uyuni foi emocionante. Quando fiz uma curva e vi a cidade com o salar no fundo confesso que chorei.
Liguei a camera filmadora da bicicleta e fiz este video:

Acelerei ele pra nao ficar muito chato e coloquei Violins como fundo musical.
No final do video eh a filmagem de quando estavamos chegando na Chapada dos Guimaraes.

Cheguei em Uyuni e a temperatura era de -2 graus. Nao sei qual a logica mas em Uyuni que fica a 3700m do nivel do mar, faz mais frio que Potosi que fica a 4200m. Arrumei um alojamiento e tomei um banho, coisa que nao fazia a 3 dias.
Logo a Paloma chegou de Onibus e ficamos um dia de papo pro ar em Uyuni.
No dia seguinte fomos nos arrumar para sair... Coisa que sempre nos toma muito tempo, por isso muitas vezes saimos bem tarde para o pedal. Mas tudo bem, era um pedal de apenas 20km para a cidade de Colchani, que fica bem na beira do Salar de Uyuni. Tinhamos que comprar provisoes para cruzar o salar, mas nos demos mal. Era dia das maes na Bolivia e tudo estava fechado. Tinhamos que arrumar o freio traseiro da bike da Paloma, estava pegando no aro. E nenhuma loja de bicicleta aberta.

Ahhh! Quando estavamos saindo do alojamiento, estava chegando outro casal. Uns franceses que estao viajando ha 11 meses! E aconteceu uma coisa engracada, vamos la:

Estavamos chegando em Potosi, um pouco antes de pegar os 20km de subida. Estava um pouco a frente da paloma, quando chego perto de um onibus parado no canto da estrada, havia um casal de certa didade, que titou umas fotos, dai... Parei pra conversar ne...
Estendi a mao para cumprimentar o senhor e ele veio falando em frances e me tascou um beijo na bochecha.
Pensei: tah.. eh frances.
Dai veio a senhora e me tascou um beijo tambem.
E falando comigo, toda empolgada, em frances. E eu nao entendendo muita coisa.
Foi quando chegou a Paloma, que estava mais atras.
A mulher olhou pra Paloma, e disse: Voce nao eh a Raquel!
Naaao... Ela estava nos confundindo com outros ciclistas!
Era um sobrinho dela, que estava viajando de bicicleta tambem.
Esclarecido o mal entendido, nos despedimos e seguimos caminho.

E nao eh que eram os ciclistas que encontramos em Uyuni!
A Rachel e o Guillaume.
Contamos o acontecido, eles riram muito! Disse que era a tia do Guillaume mesmo.
Tiramos uma foto e seguimos para a cidade de Colchani.
O blog deles: http://www.destresorsdansleciel.blogspot.com/

Como dizia, saimos muito tarde. Era 4 horas da tarde quando deixamos a cidade de Uyuni em direcao a Colchani. Estrada de terra/areia. Chegamos as 6h. E fomos ao unico hotel da cidade.
Um hotel de sal. Tudo de sal... As paredes, a cama, a mesinha de centro.
A mulher nos apresentou o hotel, e disse que havia cozinha.
Eu disse que bom! Vamos cozinhar!
Ela me mostrou a cozinha.
Nao era nada! era so um quarto mais sujo com umas coisas amontoadas...
Nao era uma cozinha, mas ela nao queria que nos fizessemos a comida no quarto.
O que fizemos.
Muito frio e nao queriamos sair do quarto pra nada.
Combinamos um desconto por uma divulgacao no blog.
No dia seguinte, levantei pra comprar porvisoes para cuzar o salar.
Sem muito sucesso. Na cidade nao havia pao, nem sopa. A base de nossa alimentacao.
Voltei pro hotel, tive que enfrentar um cachorro que nao foi com a minha cara.
Ele veio que veio! Pra me morder!
Peguei uma pedra, joguei nele, acertei.
Ele ficou com mais raiva, veio que veio mais ainda!
O chutei, e ele foi que foi... Desistiu.
Coracao na boca, fomos fazer o desayuno (cafe da manha).
Mais uma vez, sopa com macarrao, e um paozinho que nos restava.
Ai, a Paloma resolveu esquentar a agua que iamos tomar, colocando debaixo do cobertor.
A garrafa estava quase cheia, mas ela esqueceu de certificar que estava bem fechada.
Resultado: Derramou quase tudo na cama do hotel.
Ah! tudo bem, estamos pagando!
Arrumamos as coisas e saimos.
Antes de sair pro Salar, fomos comer algo. Eram umas 11h da manha, entao fomos almocar.
Era perto do hotel, dai a mulher chamou a Paloma e comecou a pagar sapo pra ela, por causa da cama molhada. E queria mais 10 bolivianos por causa disso.
A Paloma retrucou, disse que nao tinha essa grana e aquilo era agua, so colocar no sol que seca.
E fomos embora.
Uma cancao para comecar o dia.

Saindo de Colchani, encostei a bicicleta no pezinho.
Depois vi que a bicicleta estava se movendo, era o pezinho que nao aguentava mais o peso e estava cedendo... Fui as pressas segurar a bicicleta para ela nao cair no chao e bater o violao, e meti a mao no velocimetro.
Resultado: quebrou o pezinho e o velocimetro, arrebentou o fio.
E agora? Enfrentar o salar sem saber quantos km pedalamos...
Naao, eu e minhas gambiarras, desemcapei o fio com os dentes e dei um jeitinho com fita crepe.
O pezinho ja era, mas o cateye estava na ativa denovo.



Salar de Uyuni!

O chao duro, como asfalto! Agora sim as bicicletas vao render mais.
Assim que entramos no salar, haviam varias estradinhas que nao da pra se ver muito bem.
Resolvemos seguir a da esquerda, sabendo que qualquer escolha errada ali poderia ser fatal:
Chegar a lugar nenhum!
Saimos com algumas informacoes sobre o Salar, tambem nao da pra ir na doida assim.
Sabiamos que da cidade de Colchani ate o hotel de sal eram 20km. Onde poderiamos comprar agua. E 60km depois do Hotel, havia a Isla do Pescado, onde me disseram que havia uma cidadezinha com alojamientos mais em conta e restaurantes.
Tinhamos comida e agua para um dia, e iamos dormir na barraca na primeira noite e depois chegar na Isla do Pescado.

Entao, estavamos na estrada da esquerda. Sem muita certeza.
Quando avistamos algo na direita, o que parecia um hotel.
Pesnamos: Estamos errados, vamos para la.
E sim! estavamos errados e ali era o hotel.
La no hotel, param muitos jipes. Jipes esses que fazem passeios pelo Salar, pela modica quantia de 140bs por cabeca.
Paramos ali para descancar e ser o centro das atencoes.
Muitas pessoas falando conosco. Americanos, Israelenses, Franceses e Brasileiros.
Encontramos um cara de Brasilia, mais precisamente Taguatinga.
Outros de Sao Paulo e uma mulher de Manaus.
Esta mulher nos perguntou se tinhamos Bussolas, ou GPS, para andar no Salar.
Dissemos que nao.
Ela riu e disse: Eles sao Brasileiros, acreditam em Deus!
hehehe!
Partimos para o nada!
Perguntamos a um dos motoristas dos jipes, para onde era a Isla do Pescado.
Ele apontou: Pra la.
Fomos.
Completamos 40km de pedal, eram 4:30 da tarde.
Fomos armar a barraca, fazer comida e dormir antes que caia a noite e venha o frio.
Sabiamos que nao era facil perfurar cha do salar para armar a barraca.
Um outro casal de ciclistas nos recomenraram levar uma pedra para fincar os pauzinhos da barraca.
O que nao fizemos.
E creio que nao ia adiantar, pois tentei fincar com o cabo do facao que levo, e o pauzinho entortou mas nao fincou.
Tivemos a brilhante ideia de amarrar a barraca nas bicicletas.
Deu certo.Uma bicicleta atras da barraca e a outra na frente.

Fomos cozinhar. O vento iria atrapalhar o fogo, entao sacamos umas placas de sal que se soltam do salar para fazer uma "cazinha" para podermos cozinhar.Jeitinho brasileiro para segurar o vendo no fogareiro.

Mesmo assim, o vento atrapalhou. Gastamos muito alcool pra ferver a agua e fazer nossa comida. A mesma de sempre.

Hollywood, como dizem os patinadores.


Um abraco para esquentar.



Comemos e fomos dormir.
O frio era constante. Dentro da barraca marcava zero graus.
Mas tinhamos comprado um saco de dormir novo em Potosi, estavamos com 3 sacos de dormir. 2 dos bons e um maizomenos.
Foi duro dormir por causa do frio. O vento aumentou muito de madrugada e fazia muito barulho nas lonas que estavam cobrindo as bicicletas.
Estavamos contando as horas pro sol sair e esquentar o clima.
Mas nao esquentava, deu 6h e um solzinho meia boca. Deu 7h e o sol nao vinha direito.
Sai da barraca e vi que o ceu estava todo nublado!
Logo hoje!
Todos os outros dias o ceu estava limpo.
Mas enfrentamos o frio e fomos cozinhar, no mesmo sistema do dia anterior.
Mas o vento estava mais forte, e o alcool estava pouco e nem esquentava a agua.
Tivemos que fazer uma coisa arriscada.
Trazer uma placa de sal para barraca, pra cozinharmos sobre ela na barraca fechada.
Arriscada mesmo, pois se o fogareiro virasse, ia pegar fogo em tudo!
E a chama do fogareiro eh bem alta, poderia queimar a parede da barraca.
Mas era o jeito, tinhamos que comer!
Deu tudo certo, fizemos o rango que nos restava, levantamos acampamento e partimos.

Pensando que a Isla do Pescado estava a apenas 20km dali.
Pedalamos 10km e ja senita falta de comida, paramos para descansar, comemos leite em po puro, ovo cozido e seguimos.Sal ou gelo?


Foi dar essa paradinha o vento comecou a pegar feio!
estavamos numa media de 16km por hora, depois da parada e com a chegada do vento a media caiu para 8km/h.
La no fundo viamos a Isla, e fomos chutando a distancia.
Pensavamos que ia ser a 10km dali, pois ja tinhamos pedalado 10km.
Fizemos 20km e nada de chegar na isla.
30km e nao chegavamos!

Descansando com as pernas pra cima, como a mamae disse.


Fomos chegar aos 34km pedalados, num veeeento contra!

Chegando na Isla de Inkawasi, repare no corpo inclinado para frente, por causa do vento.


Chegamos e descobrimos que nao era a Isla do Pescado, era a de Inkawasi.
Tinham varios jipes de turistas parados e vieram falar conosco.
Logo de cara falei que estavamos com muita fome e pedi bolhachas ou frutas.
Ninguem nos deu, mas nos disseram que havia um restaurante na Isla!
Nossa salvacaaao!
Encontramos um ciclista tambem, mas ele estavade jipe e disse que havia um livro de visistas na Isla, onde todos os ciclistas e viajantes deixavam um recado.
Fomos atras da comida. Havia um restaurante carissimo!
custava 30bs o hamburguer.
Mas era o jeito, pois nao tinhamos mais alcool para cozinhar. E o senhor que tinha um outro restaurante mais em conta na isla, nao tinha mais nada para comer e nao quis esquentar nosso macarrao.
Pagamos 60bs pelas hamburguesas e azaramos o cara do restaurante para fazer o nosso macarrao. Ele topou.
E na Isla, nao havia alojamiento, apenas um "refugio". Onde se pagava o preco de um alojamiento.
20bs por pessoa.
Foi o jeito. Ficamos numa sala, com uma vista linda do Salar e vimos um por do sol lindo tambem com varios turistas tirando umas fotos meio bobas...


Cactos com mais de mil anos de idade




Quando caiu a noite, o cara que nos cobrou pelo refuigio chegou com um Frances, que estava viajando ape. Nos perguntou se havia algum problema se ele dormisse ali conosco. Dissemos que Nao havia problema. E ele dormiu la tambem.
Ele nao falava ingles nem espanhol. So frances.
Foi muito dificil a comunicacao, mas beleza! Dormimos.



No dia seguinte, pedal pra Isla do Pescado! Onde pensavamos ter uma cidade.
Tomamos um cafe da manha reforcado, pegamos informacoes sobre a Isla, e nos disseram que era a 20km dali.

Beleza! seguimos.
Pouca comida, so comrpamos uns paes e ovos cozidos. Era o que tinha.
Mais uma vez, vento contra!
Media de 8km/h.
Fiz uma coisa que nunca tinha feito na vida!
Desci da bike e fui empurrando.
Pois o vento estava maltratando mesmo! Nao dava para ir para frente!
O vento fazia a cruva na bike e ia na direcao contraria!
Como a Isla do Pescado estava pertinho, fomos empurrando.
Sempre parando para descansar e comer leite em po puro.
Chegamos na Isla, e naaada de cidade.
Subi na Isla para ter uma visualizacao melhor, e naada de cidade!

-Ah! deve ser aquela outra!

Estava um pouco proxima. Fomos, e naada.
Subi na outra Isla pra ver se avistava algo, e nada...

Fabio Moraes a procura da cidade da Isla do Pescado.


Chegamos a conclusao que tinhamos pego a estrada errada.
Pois saindo da Isla de Inkawasi, havia duas estradas, mas o cara la nos apontou nitidamente esta.
Estavamos com muita fome e decidimos voltar para a Isla de Inkawasi.
Sorte que era a favor do vento!
Tinhamos pedalado 25km em 3 horas.
Na volta, demoramos 1h para chegar.
Ahh! como eh bom pedalar a favor do vento.


Don Alfredo, ele que nos negou esquentar o macarrao. Escrevemos no seu livro por duas vezes e o perdoamos.


Chegamos la e fomos "tirar satisfacao" com o cara que nos indicou a direcao.
Ele nos disse, que era ali mesmo!
Ai eu retruquei:

-Mas e a cidade!!

-Nao ha nenhuma cidade na Isla do Pescado.

-Mas me disseram, que na Isla do Pescado havia alojamiento, comedor... Tudo!

-Ahhh! nao! Eh que algumas pessoas chamam a Isla de Inkawasi de Isla do Pescado.
Aqui que tem comedor e "refugio".

Noossa! que coisa!!!
Mas como eles nao nos alertaram que nao havia nada na Isla do Pescado!

O jeito foi pagar mais 40bs pra dormir no refugio novamente e mais uma grana no restaurante de gringo.

Mas no dia seguinte, iriamos para Tahua, que fica a 40km da Isla de Inkawasi, mas em outra direcao. Tudo na base do: eh pra la! E nos apontavam a direcao.

Beleza, nem desarrumamos as bikes, dormimos e saimos bem cedo para Tahua.
Nessa altura estavamos a 5 dias sem tomar banho e sem dar noiticias em casa.

Foi tranquilo o pedal para Tahua, pois o vento nao estava contra, estava meio de lado e nao patrapalhava tanto. Mas tambem nao ajudava.

Um pelado no Salar!

Agora ja vestido com o vulcao Tanupa ao fundo.




Chegamos em Tahua e fomos almocar. Logo o cara que vendia o almoco, foi com a nossa cara e nos ofereceu a casa dele para ficarmos aquela noite. Muito gentil o Valentin!
Ele nos disse que ia sair aquela noite, que nao ia dormir em casa, pois havia uma grande festa em uma ciedade ha 10km dali.
Alianza.
Era a festa do espirito. Disse que ia voltar so no outro dia, por volta das 10h da manha.
Entao nos levou ate a casa dele, onde tinha cama, TV e banho.
Ele nos foi levar para tomar banho, encheu uma bacia com agua gelaaada e nos deu.
Disse que ia tomar banho tambem.
Lavou o cabelo com um xampu, e lavou os bracos.
Pronto! tomou banho!
entao, fizemos o mesmo... Lavamos o cabelo com aquela agua gelada e pronto.
Mais um dia sem tomar banho!
No dia seguinte, nada deles aparecerem (ele digo: o Valentin e a mae dele)
Casa do Valentin.

Ta certo que o quarto nao cheirava muito bem, mas com o tempo acostumamos e passamos uma otima noite com TV. Vi um filme chamado Crash. Em espanhol, e entendi tudinho!

No dia seguinte, iamos dormir em Alianza, que era o ultimo dia de festa e queriamos ver como era a festividade deles.
A estrada para Alianza era muito dificil de pedalar. Era uma mistura de areia com pedras soltas.
A bike nao parava de pe, mas com algum custo chegamos em Alianza.
Ao chegar, ja chegaram umas criancas gritando: Gringos! Gringos!
Ja logo falei: -Nao somos gringos! Somos hermanos brasileños!
E fomos em direcao a festa.
Chegando la, todo mundo bebado! Dancando!
Fiquei um pocuo emcabulado por estar todos bebados.
Entao logo seguimos estrada.Valentin e seu amigo bebinhos de tudo na festa do espirito.


Foi dificil convencer o Valentin que nao queriamos dancar com ele, ele puxava a paloma pra dancar de toda forma e nos esquivando.
Com muito custo, convencemos eles que tinhamos que pegar estrada pois fazia muito tempo que nao davamos noticias em casa e so havia telefone em Salinas.
Salinas esta que nos falaram que ficava a 10km dali.
Eh muito dificil os bolivianos acertarem a quilometragem.
Praticamente todas as vezes que alguem nos diz uma quilometragem erram, e erram pra mais!
Mas dessa vez foi demais.
Era pra ser 10km de Alianza para Salinas Graci Mendonza, e foram 26km.
Um total de 36km no dia em que pensavamos que iamos pedalar 20km.
Mas chegamos em Salinas, onde havia telefone e alojamiento.
Demos noticias em casa, tomamos banho.
Quebrando o record!
6 dias sem tomar banho!
Resolvemos descansar um na cidade, depois de 6 dias de pedal consecutivos.
E resolvemos nos separar tambem, a Paloma ia para Oruro de onibus e eu ia pedalando.
Assim, ela levava as coisas e eu ia mais leve, podendo fazer o trecho de 250km em 3 dias.
No dia que ia sair, nao deu pra sair. Pois ja estava meio tarde, e estava levando a barraca, que talvez me impossibilitaria de fazer 100km no primeiro dia. Decidirmos adiar mais um dia, para eu sair sem a barraca e ser mais facil.
Beleza! O onibus da Paloma saia as 8h da matina para Oruro, tudo certo, despedi dela e fui nessa.
Mas nao deu pra andar nem um metro!
Pedalava e a bike nao saia do lugar, o K7 estava rodando em falso... Nao empurrava a bike pra frente. Era como se estivesse rodando para tras.
E eu nao fazia ideia como arrumava aquilo, e nao havia loja de bicicleta na cidade.
O negocio foi comprar outra passagem para Oruro e vir com a Paloma.






Depois que ja estavamos na estrada, percebi que havia outra saida para aquele problema.
Era so pegar a roda traseira da bike da Paloma, mas ja era tarde, ja estavamos na metade do caminho e tudo...
Mas por causa deste onibus que peguei, decidi alongar um pouco o percurso pra compensar.
Daqui de Oruro vamos conhecer a cidade de Cohcabamba, que nos falaram muito bem e nao iamos passar por ela. Que fica a uns 300km daqui, so para depois ir para La Paz. Assim vamos conhecer 6 das 9 capidais da Bolivia.

Musica Tradicional da Bolivia:



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