segunda-feira, 30 de abril de 2012

Adios reboque



24 de Abril, Algodões – Livramento de nossa senhora (45km, pesado)

Ao acordar na praça fui servido com café e bolachas. Um papinho pela manhã e estrada. Pedalei só de bermuda, pra pegar um bronze. Logo cheguei na cidade de livramento. Tentei descolar um almoço, mas sem sucesso. Paguei. Tentei descolar uma dormida, sem sucesso também. Já estava me preparando pra fazer os 10km de subida que havia depois de livramento, quando parei num hotel mais caro. E recebi um SIM! Ar condicionado e tv a cabo. Pronto, o resto do dia sem fazer nada. Mais uma vez o pneu do carrinho estava furado. O dono do hotel disse que eu poderia ficar o tempo que quisesse, mas decidi partir no dia seguinte mesmo.




25 de Abril, Livramento – Rio de Contas (14km, pesado, subida)

Um belo café da manhã e fui subir a serra. Tive a companhia do mateus, que conheci lá em livramento. Ele salvou minha pele! Por vários momentos, ele ia pedalando e empurrando o carrinho pra me ajudar a subir. Mesmo assim, tive que descer da bicicleta pra empurrar, e ele descia e empurrava junto comigo! Daí que no alto da serra, tinha uma bica de água, fiquei uma boa meia hora ali, refrescando.
Cheguei na cidade e vi essa placa:

Não pude deixar de fazer uma piadinha sem graça:




Queria ficar uns dias em Rio de contas, pra conhecer as cachoeiras. Mas consegui somente um dia de graça na pousada maia e resolvi partir no dia seguinte mesmo. Só fui a uma cachoeira, do fraga. Não achei bonita, mas foi massa mergulhar nesse rio de contas cor de coca cola.
Fui ver o saldo na lotérica, aí tinha só 7 reais. E fiquei de papo com o caixa da lotérica, que acabou pagando meu almoço!
 


26 de Abril, Rio de Contas – Jussiape (40km, pesado)

Muita descida! Cheguei a quase 70km/h o carrinho todo tremendo lá atrás... se ele virasse numa velocidade dessa, era caixão! Aí, reduzi...

Estava parado no acostamento, quando passou um cara de moto, olhou... olhou... e passou. Aí ele fez a volta e veio em minha direção, trazia uma de suas mãos no guidão da moto e a outra junto da barriga, olhei mais atento e vi uma arma na sua mão. Direitinho! O coração veio na boca! (vou ser assaltado!)
Aí ele chegou mais perto, e vi que era um celular. Ele perguntou se estava tudo bem, eu disse que sim, meio gaguejando, e ele foi embora.

Logo na primeira pousada de Jussiape fui muito bem recebido! Comida, e quarto com ar. Falei com o dono sobre o cinema, ele pilhou demais! Logo chamou o cara da rádio e fomos ver onde projetar. No bar da praça, onde o cara já tinha um lugar para o telão, e aos sábados ele passava uns DVDs de música lá... Aí que a noite caiu e eu fui ligar as coisas. A luz dos postes era muito forte. Que atrapalhou a qualidade da imagem, pois meu projetor possui apenas 15lumens, muitos por aí tem mais de 2 mil. E o som também não ajudou, minhas caixinhas não estavam segurando a onda, e o cara do quiosque me cedeu apenas uma. Melhorou, mas não tava muito bom. Não sei se por isso ou se por falta de interesse mesmo, a sessão foi um fracasso. Os poucos que pararam pra ver, não deram muita importância e foram saindo. Projetei apenas 3 curtas e desliguei.


Maré Capoeira pra 4 pessoas.






Moço, tem uma aranha ali dentro, ó!

27 de Abril, descanso em Jussiape.
Fiz a barba.
E vi galinhas ciscano no esgoto.


28 de Abril, Jussiape – Capão do Meio (25km, pesado, subida)

Todo mundo me avisando que haveria uma enorme subida pela frente, e de terra! Beleza, eu empurro. Era uma estrada bem difícil seguir, toda hora tinha uma bifurcação e eu ficava esperando passar uma moto pra pedir informação e não pegar a estrada errada. Começou a subida. Empurrei! Fiz um vídeo do sacrifício, mas não ta dando pra postar, pois é grande e a internet aqui não ajuda. No meio do caminho dormi, preguei mesmo! Aí passou a subida.
Cheguei no vilarejo capão da volta. Muitas crianças na rua, era domingo. Vi uma menina de cadeira de rodas, e logo pensei num filme pra projetar pra ela.
Mas ainda não sabia se ia projetar ali. Conversei com alguns populares, e disse que iria passar a noite ali na praça, na rede mesmo. Armei a rede.
Logo o vavá, dono de uma mercearia ali na frente gostou muito da idéia e falou para projetarmos ali mesmo, na sua venda. Armei as coisas e ele avisou toda a mulecada! Que a sessão desta noite seria só para crianças. Conversei com a menina cadeirante, pra ela ir ver o filme. Mas ela me explicou que não era cadeirante, que tinha um problema de pele, e que ela andava um pouco. Aí que deu 8h e começou a sessão, projetei:
1 maré capoeira
2 procura-se
3 sonhando pasarinhos
4 o filho do vizinho
5 vinil verde
 


 
Ia parar no quarto filme, mas eles pediram mais um. Aí eu disse que era de terror. Eles não gostaram muito de vinil verde. Rs! Mas foi um sucesso! As crianças se comportaram muito bem e entenderam o filme. Pois tive a ajuda de 2 caixas de som a mais!

Ainda bem que o vavá me acolheu na casa dele, êta noite fria! Se tivesse ficado na praça na rede não ia ter rolado de dormir!
 
Conheci uma prima distante do vavá, que estava morando com ele. A senhora tinha apenas 104 anos! Não escutava quase nada, tinha os dedos todos tortos, aquilo devia doer! Tivemos 15 minutos de conversa e fui jantar.


Valeu vavá!

 
29 de Abril, Capão da Volta – Mucugê (73km, pesado)

Eram apenas 10km de terra e o resto de asfalto. Ahh, tranqüilo... e sem morros ainda. Aí saí cedo e meti o pau! Estava escutando Arnaldo Baptista – Balada do Louco, quando pensei: poxa.. nunca tinha reparado nesse efeito do teclado. Um tssshhxxxx assim no fundo. Aí eu olho pra trás, ta o carrinho todo torto e a roda pegando no plástico, fazendo o tal barulho. No meio do nada! Mas logo fiz uma gambiarra, coloquei uma chave allen no lugar e prendi com borracha. 


Finalmente asfalto. E me botaram muito medo a cerca da desta estrada que estava, perto de cascavel. Antes de mucugê. Que eu não parasse para ninguém! Mas não rolou nada... almocei de graça no meio do caminho e cheguei pregadsíssimo na cidade. Já tinha decidido em enviar o carrinho pra casa! Estava levando muita coisa que não estava usando, cozinha, barraca, e muitas roupas que nem se quer toquei.
Aí decidi fazer assim: Vou seguir com o mínimo necessário, levar somente o projetor e a tela. Quando for projetar um filme, vou precisar de um som. Simples assim. Não preciso daquela tralha toda. Isso pode fazer a viagem ficar mais cara, mas melhor assim.

Em Mucugê não tive muito sucesso pra conseguir descontos. Adoraria ficar mais aqui mas não rola, tudo muito caro.


Cemitério Santa Isabel, desde 1844







Sessão particular no meu quarto em Mucugê.








3 comentários:

  1. Parabéns pela iniciativa. Muito interessante o projeto e, sobretudo, o estilo da viagem. Estou acompanhando os relatos. Abração camarada.

    ResponderExcluir
  2. Deliciei-me lendo seus relatos, vendo suas fotos e assistindo aos vídeos. Cara, tu sabe, sou fã demais! Você me inspira a viver, sinto uma inveja boa... você realiza meu sonho por mim... kkkk
    Beijooo Fabão!!

    ResponderExcluir
  3. Deliciei-me lendo seus relatos, vendo as fotos e assistindo aos vídeos. Cara, tu sabe, sou fã demais do seu trabalho lindo! Sinto aquela inveja boa, ver você realizando meu sonho por mim... kkkk
    Beijooo Fabão!

    ResponderExcluir

Valeu!